domingo, 19 de julho de 2009

Melhor Lembrança? CONTINUAR LUTANDO!!!


Infelizmente a sociedade finge abrir os olhos pro "rolê", quando alguém que luta por seus ideais morre!
Finge, claro, pois é só acontecer alguma coisinha,pra voltarem a taxarnos Gangues, arruaceiros, preconceituosos, bla bla bla e bla bla bla e ainda um pouco mais!
Mas deixando a Hipocrisia de lado, venho através deste espaço prestar minha singela homenagem a um de nós!

Carlo Giuliani!

Sem dúvida todos já ouviram falar nele!
Militante Anarquista morto durante um protesto pela polícia, em Gênova, durante a reunião do G8, grupo dos países mais filhas da puta do mundo, que acontecera durante os dias 19, 20 e 21 de julho de 2001!

Fazem 8 anos,mas ele não foi o único!
Será que alguns de nós teremos de perder a vida também para que alguns percebam que o mundo é uma farsa?
Ou perder a vida para que vejam que não basta ficar no sofá,no quentinho da sua casa para "mudar o mundo"?
Resposta: O COMODISMO NÃO É A SOLUÇÃO!


A Melhor Lembrança?
CONTINUAR LUTANDO!

20 de julho de 2001 em Memória,e Luta!


* Grupos como o Conflict e Muertos de Cristo fizeram suas respectivas homenagem, basta aos interessados procurar no YouTube!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Festival Antifascista


Final de semana passado, rolou o Festival Antifa aqui em SP. Acho válido falar sobre ele, afinal, vimos punks e skins todos juntos, uma união interessante e emocionante de se ver. Creio eu, que todos nós, punks e skins, nos emocionamos de ver aquela união de maneira concreta, onde todos estavam em um mesmo ambiente e sem nenhuma treta, apenas confraternizando. Quero deixar meus parabéns para o pessoal da organização do som e dizer que todos nós esperamos que haja mais eventos do tipo. Vale enfatizar que no final, a emoção bateu no peito de todo mundo, quando Juventude Maldita encerrou com a música Grandola Vila Morena, onde todos os amigos se abraçaram, se emocionaram e começaram a cantar juntos. Isso realmente não tem preço. Nesse momento, foi possível ver que mesmo que haja pilantras do lado de lá, crescendo a cada dia, do lado de cá a nossa força aumenta, nossa resistência cria laços e a união nos dá muita motivação pra continuar.
O resto, bom, podem falar o que quiser de nós. Pré-julgamentos, opiniões falhas e influenciadas pela mídia, não nos afetam. Diferente de alguns sons onde os skins colam, que as pessoas já falam que são carecas, ali todo mundo tinha consciência de quem éramos nós realmente. E os punks que correm com os skins, merecem ser citados sempre, como exemplo a ser seguido por alguns sectários. Se todos os antifa forem unidos, o fascismo e a pilantragem em geral, se enfraquecerá.

Parabéns novamente à todos os organizadores do som e também às bandas que tocaram!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Aprendendo a fazer zines

Todos podem fazer um zine, característica única e que abre as portas pra todos àqueles que gostam de escrever e divulgar idéias. Um zine pode ser repleto de informações do mundo underground, textos subversivos, dicas de músicas, divulgação de bandas, divulgação de gigs, cinema e tudo aquilo que lhe agrada. Temos os famosos "zines virtuais" e não podemos deixar de reconhecer, que esse blog mesmo é um tipo de zine virtual. Mas, nada se compara do que ter o contato manual, de trabalhar com o recorte, fazer colagens, rechear o zine e distribuí-lo, afinal, a internet é um meio de levar para todos os cantos qualquer zine que seja, mas, há aqueles que não tem internet e diga-se de passagem, a sensação de lidar com correspondências e trocas de zines por carta, é muito mais interessante e concreta, do que se restringir apenas via net.
Fazê-lo pela internet e depois imprimí-lo, também vale. Na realidade, o que não deve ser esquecido das características dos zines, é a aproximação que o leitor pode ter com o autor, ou daquele que distribui. E cá pra nós, o tipo de contato via msn, nem se compara com cartas.
Baixá-lo simplesmente, não é tão legal quanto você ter contato com alguém e fazer uma troca via correspondência. Os zines não devem ser deixados de lado, ou trocados por zines/blogs virtuais. O importante é que seja possível ter essas todas essas opções simultaneamente, e incentivar cada vez mais que os jovens se interessem a elaborar zines. O necessário é gostar de ler, pesquisar, escrever, ter criatividade pra montá-lo e "soltar a boca no trombone".
Mandar pro seu amigo lá do sul ou norte, por carta, é uma sensação maravilhosa e quem nunca experimentou, não sabe o que está perdendo.
Basta ter força de vontade e não deixar os planos de um zine, pro lado. Além do que, os zines são ótimos para reunir os amigos e todos elaborarem pensamentos legais para incluir no mesmo.
Então, pegue folha sulfite, tesoura, caneta, chame os amigos, compre umas cervejas e uns rangos legais (caso você não beba, pode ser suco mesmo haha) e mão na massa!
Segue o vídeo do Trama que dá umas dicas legais de como se montar um zine.



DO IT YOURSELF!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Abel Meeropol e Billie Holiday, emoção e coragem latentes.

Há um tempo atrás tive uma aula extremamente especial, que não posso deixar de contá-la. Falamos sobre o poema de um professor de história e judeu, Abel Meeropol, que às escondidas, dava aulas de história para negros, durante a noite. Abel, comprou um galpão, e, lá, repassava seu conhecimento e mostrava como era uma pessoa evoluída em pleno 1925. Eis que um dia, ao trancar o galpão, se depara com um monte de brancos correndo, desesperados... ele se questiona, não entende e decide perguntar para um desses brancos o que está acontecendo, e o branco fala que há algo ocorrendo na praça do sul dos EUA.
Abel, vai até lá e se depara com dois negros enforcados, machucados e pendurados em uma árvore. Obviamente, aquilo o deixa chocado, uma cena perturbadora, mórbida. E ele pergunta: "O que houve?", e respondem: "Aqui a justiça é feita com nossas próprias mãos! Esses homens, estupraram uma garota!" e Abel pergunta: "Mas e a lei?" e respondem: "Nós fazemos a lei!"
Ele estava se deparando com uma situação relacionada diretamente a Ku Klux Klan. Aquilo o preocupou e ao mesmo tempo o deixou chocado. Como agora, ele poderia dar suas aulas aos negros? Seria condenado, até mesmo, morto... Abel, indignado com aquela situação, fez um poema, e, vale enfatizar que este poema, é um dos mais tristes e fortes de se ler. O nome? Strange Fruit. Como Abel não poderia se expor, usou um pseudônimo chamado "Lewis Allan".

Segue o poema:

Southern trees bear a strange fruit,
Ávores do sul produzem uma fruta estranha,
Blood on the leaves and blood at the root,
Sangue nas folhas e sangue nas raízes,
Black body swinging in the Southern breeze,
Corpos negros nadando na brisa do sul,
Strange fruit hanging from the poplar trees.
Fruta estranha penduradas nos álamos.

Pastoral scene of the gallant South,
Pastoril cena do valente sul,
The bulging eyes and the twisted mouth,
Os olhos inchados e a boca torcida,
Scent of magnolia sweet and fresh,
Perfume de magnólias, doce e fresca,
And the sudden smell of burning flesh!
Depois o repentino cheiro de carne queimada.

Here is a fruit for the crows to pluck,
Aqui está a fruta para os corvos arrancarem,
For the rain to gather, for the wind to suck,
Para a chuva recolher, para o vento sugar,
For the sun to rot, for a tree to drop,
Para o sol apodrecer, para as árvores deixarem cair,
Here is a strange and bitter crop.
Aqui está a estranha e amarga colheita.


As frutas estranhas, uma metáfora onde nota-se perfeitamente à quem ele se refere... o cheiro, a mistura do perfume das magnólias, com o cheiro da carne queimada, é possível até mesmo sentir, junto com a dor que foi causada. Os membros da KKK depois de espancar, enforcar, ainda queimavam os corpos... a insanidade, a crueldade, a anomalia daqueles homens, transparecem no poema de Abel.
Tempos depois, o caso dos homens assassinados foi reaberto e descobriram que na realidade, não foram eles que estupraram a garota, mas sim, um próprio membro da KKK.
O racismo explícito, angustiador, daqueles homens macabros da KKK, que se vestiam daquela maneira, pois, sabiam que os negros do sul dos EUA, acreditavam em alma, e diziam, que se os negros acreditavam em almas, os membros da KKK seriam as almas que os caçariam pelas noites. Agora me pergunto, como alguém, nesse mundo, pode ainda vangloriar algo tão estúpido, tão sujo, tão imundo? Como alguém ainda pode ter tanto preconceito no peito e se orgulhar disso? Onde está o nível de superioridade que esses nazistas estúpidos dizem ter? Enfim, Billie Holiday, MULHER, NEGRA, guerreira, usou sua magnifíca voz, para tornar esse poema uma canção. Em tempos onde negros tinham restrições, em tempos onde não era qualquer bar em que negros poderiam frequentar. E ela teve coragem, e cantou, cantou com fervor, cantou com uma emoção inexplicável, imensurável, cantou como uma mulher que luta, batalha, contra as escórias nazistas. E cantou em todos os bares que pudesse cantar! Billie Holiday, perdeu seu pai, que morreu assassinado pelos "homens" da KKK. Billie Holiday, não teve medo de cantar, de brigar, através da música, com esses "homens".
Enquanto há aqueles que vangloriam mulher melancia, ou celebridades de 15 minutos, Billie Holiday foi a primeira cantora a expor de maneira latente, as injustiças da KKK.
Deixo por último, um vídeo magnífico dessa mulher guerreira, que deveria servir de inspiração para todas as mulheres fúteis e para todos os homens machistas! Junto com o vídeo, deixo minha tristeza, meus arrepios, minha dor e meu luto, por toda a repressão e injustiça que os negros sofreram, principalmente no sul dos EUA.