
Devemos dar um destaque na cena feminina de SP. A cada dia que passa, podemos ver que as meninas criam mais resistência na cena e que a união anda acontecendo cada vez mais! E isso é ótimo! Porém, infelizmente, o machismo ainda existe nas subculturas, até mesmo nas libertárias. O machismo tem uma força difícilima de ser combatida, pois, o tempo todo as mulheres precisam lidar com qualquer tipo de situação que envolva o machismo. Desde piadinhas imbecis e músicas machistas, até dentro de nossas subculturas, onde muitas vezes, quando uma mina vai dar um mosh, ou vai pogar, não é respeitada e é obrigada a ter que ver uns caras que ao invés de trazer um incentivo para as mulheres dentro da cena, ficam com gracinha de querer passar a mão, por sempre vê-las como objeto sexual. Antigamente víamos que na cena punk, por exemplo, grande parte era formada por homens e as poucas mulheres que faziam parte daquilo, sofriam muito mais com o machismo do que nós sofremos hoje. Apesar que, ainda vemos que os homens são a maioria, mas hoje, mais mulheres começam a fazer parte da cena, mostrando disposição em continuar dentro dela e é isso que traz mais satisfação.
Mais mulheres agora resistem, se unem e mostram que assim como os homens, também lutam por uma mesma causa. Queremos mais minas pra nossa cena, queremos mais resistência e queremos mostrar que as mulheres também podem ser punks, também podem ser skinheads e que isso não é coisa só pra moleque. Nós também podemos organizar zines, nós também podemos organizar gigs, nós também podemos tomar uma posição dentro de uma subcultura, sem medo de nada. O que não pode rolar da parte das meninas, é se entregarem por se sentirem de prontidão para serem usadas como objeto de flerte para os garotos, tolerando gente pífia apenas com o intuito de tentar ganhar a simpatia de todos. O que tem que rolar, é colocar o ideal em prática, mostrar que a cabeça não é fraca e que estamos aqui batalhando da mesma forma que batalhamos no nosso dia-a-dia, tolerando o machismo nas músicas, tolerando o machismo nas ruas e também tolerando o machismo nas nossas subculturas.
Sexo frágil? Acho que não, pois o preconceito, o machismo, o padrão da mídia, nos abatem muito mais, nos humilham muito mais, nos violentam, nos estupram. A televisão estupra nossos olhos com mulheres agindo e sendo apenas brinquedos fantasiosos dos homens. No dia-a-dia, sofremos a violência de sermos taxadas de incapazes, quando CAPACIDADE é o que não nos falta. Nossa diferença em relação aos homens, é apenas física, e por mais que muitos digam que isso é evidente e que não há machismo, as mulheres sabem que não é bem assim.
Felizmente, nem todas as mulheres se rendem para um machismo atordoador, onde acabam se tornando bulímicas e anoréxicas por tentarem ter o corpo perfeito imposto pela TV. E nós somos essas mulheres! As mulheres que além de resistir o senso-comum, resistem dentro das subculturas e que felizmente, muitos homens já reconhecem o nosso valor no sentido de guerreiras, trabalhadoras e independentes! E o que queremos é MAIS. Mais mulheres correndo pelo certo, mais mulheres no ativismo, mais mulheres que sejam MULHERES e não bonequinhas de porcelana!
Já são tão poucas as que conseguem ver tão claramente que não precisamos seguir o senso-comum, então, para as mulheres que já estão na cena: ATITUDE, RESISTÊNCIA, INTOLERÂNCIA CONTRA O SEXISMO, CONTRA O FASCISMO E MAIS ATIVISMO.
Sem comodismo! Sem hierarquias dentro de nossas subculturas! Também estamos dentro dessa cena e se estamos dentro, é porque temos disposição para combater as escórias fascistas e os parasitas.
HOMENS E MULHERES ANTISSEXISTAS E ANTIFASCISTAS!