Nesta sexta-feira (4) a polícia grega foi alvejada três vezes em poucas horas na cidade de Atenas. A tensão na capital da Grécia é grande. Mais de 6.000 policiais estão mobilizados só em Atenas, neste fim de semana que marca o primeiro aniversário do assassinado, por policiais, de Alexandros Grigoropoulos, cuja morte desencadeou os piores distúrbios que a Grécia conheceu nestas últimas décadas.
Grupos de jovens bloquearam duas estradas ao norte da capital e duas patrulha da polícia foi atacada por dezenas de radicais no centro de Atenas. Os jovens atacaram a polícia com paus e pedras, causando ferimentos em dois oficiais, que foram hospitalizados. Logo após a polícia de choque revidou e várias pessoas foram detidas, mas liberadas aos poucos.
Em Chalandri, um bairro periférico de Atenas, centenas de estudantes organizaram uma passeata até a delegacia local, que foi atacada com pedras e laranjas. Durante o protesto dois bancos também foram alvejados. Ninguém foi preso.
Na noite de quinta-feira (3), 50 radicais ocuparam uma estação de televisão do canal local da cidade de Ioannina, durante o seu noticiário principal. Os radicais “obrigaram” o canal a transmitir um vídeo de 20 minutos sobre a Revolta de dezembro.
Em Corinto, à noite, na sexta-feira, cerca de 300 estudantes organizaram uma marcha em memória de Alex Grigoropoulos no centro da cidade e atacaram a delegacia central. Uma agência do Banco Nacional da Grécia e de mais um banco foram destruídos e incendiados. Por outro lado, a sede de um batalhão de polícia foi atacada com coquetéis molotov. Uma pessoa foi presa.
Atualmente mais de 400 escolas e 30 universidades em todo o país estão ocupadas.
O governo grego anunciou um plano de tolerância zero, alegando que, embora o assassinato de Alexandros esteja “marcado na memória coletiva" do povo, não irá permitir que Atenas seja destruída novamente.
"O assassinato de Alexandros Grigoropoulos não foi apenas um ato hediondo, mas também uma lição para todos nós (...) uma obrigação para tentar garantir uma sociedade mais justa para a nossa geração mais jovem", disse o presidente grego Karolos Papoulias. Ele acrescentou: "Espero que a memória de Alex seja homenageada em paz porque este é o mínimo que nós podemos fazer.”
Sessões nesta sexta-feira no Parlamento foram transformadas em uma briga entre os partidos, sobre as medidas a serem tomadas contra os radicais. Políticos de extrema-direita diziam que "milhares de anarquistas estrangeiros" vão invadir o país com intenções sinistras. "Nós não vamos tolerar desordem ou atentados contra cidadãos inocentes", advertiu o vice-primeiro-ministro Theodoros Pangolos. "O governo não vai tolerar a violência ou vandalismo."
Uma grande manifestação está prevista para este domingo em Atenas para marcar o aniversário da morte de Alexandros Grigoropoulos.
Dois policiais foram acusados de homicídio e tentativa de homicídio pela morte do adolescente libertário Alexandros Grigoropoulos. Eles devem ser julgados em 20 de janeiro de 2010.
agência de notícias anarquistas-ana
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