quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Análise da Guerra Civil Espanhola




A Guerra Civil Espanhola foi um dos conflitos mais marcantes antes do século XX, tanto em aspectos militares quanto ideológicos. Apesar de a Espanha ter aproveitado o fato da Primeira Guerra Mundial para crescer economicamente, as condições sociais não eram as melhores, e com a crise de 29 aumentaram os protestos e greves por parte da classe trabalhadora. Protestos estes quase sempre organizados pela FAI-CNT, confederação anarquista, a qual tinha os ideais difundidos cada vez mais entre os operários.


Com freqüentes mudanças no poder, um fato importante de ser lembrado é a formulação da constituição de 1931, que trouxe mudanças drásticas, como por exemplo, Parlamento unicameral, regime parlamentarista, sufrágio universal, extensivo às mulheres e aos soldados, e autonomia regional para o País Basco e a Catalunha.


Com o passar do tempo há uma discórdia entre os movimentos populares, comunistas e anarquistas, já que os libertários aderiram a uma greve de voto, porém com o grande numero de presos por causa de protestos e atentados contra a Igreja, voltaram a dar apoio aos comunistas, a fim de conseguirem anistia. Em Fevereiro de 1936 a Frente Popular vence as eleições e em menos de um ano a direita concretiza um golpe militar.



Milhares de voluntários esquerdistas e comunistas que vieram de todas as partes (53 nacionalidades) para formar as Brigadas Internacionais (38 mil homens) para lutar pela defesa da República que já contava com a ajuda da União Soviética. O México apoiou a causa republicana de forma militar, diplomática e moral. Apesar de neutra, a França auxiliou a republica com pilotos no inicio da guerra.


Os nacionalistas, liderados por Franco, ocuparam as regiões onde obtiveram o maior número de votos e o mesmo fez à esquerda, e entre seus domínios estavam Madrid e Barcelona.


Os EUA vendiam aviões aos republicanos e combustíveis a Franco. E a maioria das embaixadas dava apoio humanitário, como asilo político.


O exercito nacionalista com a ajuda de aviões da Itália fascista e Alemanha nazista, permite a passagem de tropas vindas de Marrocos pelo sul da Espanha e começaram a utilizar a estratégia nazista blitzkrieg, que consistia em ataques devastadores e rápidos.


No principio houve resistência, mas os anarcossindicalistas se juntaram a membros da POUMD para formar um exercito organizado, que com o passar do tempo começou a haver conflitos ideológicos. Stalin temia que a revolução social desencadeada pelos anarquistas e trotskistas pusesse em perigo a defesa da República, então pediu para que houvesse uma reordenação na milícia. Enquanto o exercito nacionalista contava com aviões e blindados, a Frente Popular ia apenas com a estratégia de enfrentamento homem a homem. Com essas condições estava sendo muito difícil resistir aos ataques do exercito de Franco, ainda mais por que a esquerda trazia uma nova política totalmente revolucionária, onde não havia total estabilidade nesse período.



Enquanto os socialistas estavam mais envolvidos com a política, os anarquistas levaram para pratica a idéia de uma revolução social. Ainda que com a oposição dos republicanos e da União Soviética, em Aragão e na Catalunha os trabalhadores passaram a viver de acordo com a coletivização, a reforma agrária teve sucesso apesar de que Franco estava com as melhores regiões para produção.



Os últimos meses da guerra foram marcados por duras batalhas - Jarama, Belchite e Teruel - e massacres indiscriminados da população civil, especialmente em Guernica, no País Basco, arrasada pela aviação nazista em abril de 1937, com 1.600 mortos.


Em 1938 Franco já ocupa quase todo o território espanhol e fechou o cerco contra os republicanos que estavam na Catalunha. O golpe se concretizou quando invadiram Barcelona e Madrid se rendeu após sucessivos ataques aéreos. Esta que foi a última contra-ofensiva, com a derrota dos republicanos, ficou marcada a rendição dos esquerdistas, que se renderam no dia 1o de abril de 1939. Essa derrota foi seguida de uma cruel repressão do regime de Franco, que fuzilou cerca de 50.000 republicanos.


Alguns pesquisadores calculam mais de 400 mil espanhóis mortos e uma queda enorme na economia, como a morte de mais da metade do gado, a queima de vários campos e milhões de moradias destruídas. Um abalo financeiro e queda do PIB que demorou quase 30 anos para se normalizar.



A década de 30 na Espanha apresentou uma série de fatores fizeram com que o povo espanhol se erguesse e mostrasse resistência contra o fascismo que se espalhava na Europa. Povos de culturas diferentes que se submetiam ao governo espanhol, camponeses, operários, todos se uniram para ter uma vida livre de totalitarismo e hipocrisia que a Igreja e o governo tinham nesse período, onde se defendia primeiro as necessidades da Instituição e só depois o povo.


Ainda nesse clima de caos e instabilidade que se mostrava a Espanha, que homens como Durruti mostravam que é possível uma organização social baseada na autogestão e na igualdade, e que esses ideais resistiram até hoje porque são muito mais fortes do que o egoísmo e o desejo de poder que é levado pela sociedade.




7 comentários:

Byrd disse...

Muito bom o texto. Gosto muito de história, e a Guerra Civil Espanhola é realmente muito marcante. Fica tão notável que os verdadeiros guerreiros são os rebeldes! Tão corajosos e tão dispostos a lutar contra a corja fascista. Vou até poupar palavras... Parabéns pelo texto :)

Kika disse...

Gostei do texto! Muito bom. E por esse e por outros motivos que devemos lutar para resistir e vencer! Eles se organizaram com pouco e fraco armamento para derrubar o levante fascista e nós o que faremos? Eu acho que ser apático ao que acontece ou que um dia aconteceu, é faltar com o respeito de nossos antepassados que acreditavam e tinham esperança na liberdade.
Por isso digo novamente, antes morrer de pé do que viver de joelhos.

(A)zeiTs (↙↙↙) disse...

muito bom o texto, tbm curtí!
Antes morrer em pé do que viver e joelhos [2]

Dizzy disse...

Valeu aí pessoal!
Vamos honrar e seguir aqueles que lutaram por uma causa justa!

Rodolfo Lima Teixeira disse...

Isso mesmo...a melhor maneira de fazer homenagem á eles é continuar a Luta!

Gil. disse...

Só complementando, a UGT (união geral dos Trabalhadores) que tinha ligações com a União Soviética e por consequência Stálin, crtesceu durante esse periodo se tornando a maior central sindical da Espanha, ultrapassando a CNT. Como dito no texto os stalinistas não concordavamcom o método do combate ao fascismo aliado a politica revolucionária, isso porque na Frente Popular havia setores da burguesia liberal que eram contra Franco e só defendiam Republica, não a mudança de sistema. Como consequencia o POUM, que tinha menor força politica e influencia trotskista, foi suprimdo, sendo seus lideres acusados de traição, presos e mortos pelos stalinistas, que logo deposi entraram em rota de colisão também com os anarquistas, o resultado disos todos sabemos que voi a vitória franquista. Como já escrevi demais recomendo assistirem o filme "terra e liberdade" do ken loach e a leitura dos livros "Lutando na Espanha" de Geroge Orwell (que na realidade é o relato do mesmo no dia a dia no front)e "o curto verão da anarquia" de Hans Magnus Ensensberger.
abraços!

Unknown disse...

gostaria de saber sobre algumas musicas q foram criadas nesse periodoo muito obrigadoo.
meu imail eh carlos_martins_rodrigues@hotmail.com
agradeço desde jahhh...