segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Subculturas: O estorvo na sociedade, ou o amparo?


Diante de tantas situações infelizes na sociedade em que vivemos, surgem aqueles que são considerados as escórias.
Jovens que fogem do padrão do senso-comum e buscam a diversidade de uma sociedade tão supérflua.
Por que isso? Seria algo saudável? Ou são apenas jovens sem futuro e sem perspectiva de vida?
Ao meu ver, as subculturas têm um papel importantíssimo. Além de fugir dos padrões impostos, nos mostram uma outra visão de mundo, uma visão onde você é livre para ser o que quer e agir da maneira que lhe achar conveniente. Alguns, apenas querem curtir seu rolê, tomar sua breja. Outros, abusam das drogas, usam a violência exacerbada, aquela típica violência que precisa ser canalizada para algum ato social ou um ato que seja construtivo e que traga alguma melhoria e nos livre do sistema medíocre em que vivemos. Sim, talvez você se auto-intitule apolítico, talvez você diga que ser punk ou qualquer outra coisa seja só um modo de vida e que você apenas gosta dele. Ou então, talvez o seu intuito de ter entrado pra alguma subcultura, seja o de expor suas ideologias e compartilhá-las com outros jovens que buscam uma perspectiva de sociedade melhor (no fundo, todos querem, porém, só alguns ousam buscar um viéz para ser diferente e agir diante tudo o que há de errado). Mas por mais que você se diga só "interessado", o primeiro passo já tende a ser ousado e já dribla uma sociedade hipócrita que nos quer apenas como fantoches. Ser o que somos, já é fugir de todos os padrões impostos e isso já é uma grande resistência em relação a um mundo que te induz a ser apenas roupas, status, corpo e que não fazem questão se você pensa ou deixa de pensar. Não nego que hoje em dia, há status dentro das próprias subculturas, muitas vezes pessoas de cabeça vazia que só se preocupam em ter o visu melhor que o outro e aí voltamos a fazer parte do senso-comum, que tanto nos traz asco.
Pelas subculturas, podemos fazer muito mais do que apenas transformar em modo de vida. Modo de vida isso já é para todos nós, mas fazer algo de construtivo e envolvente em nossa cena, é mais interessante ainda. Ousar em incentivar jovens a buscar conhecimento, leitura, fazer atividades culturais, aprender a fazer zines e usar e abusar do "Faça Você Mesmo", já é uma atitude e tanta para escapar daquilo que nos consome no nosso dia-a-dia. Quando passamos a ver o diferente, o comum se torna banal. E ser comum na sociedade de hoje, é ser individualista, esquecer-se dos outros e do que VOCÊ pode fazer pelos outros, preocupando-se apenas com seu supérfluo e se orgulhando por completo disso. É optar por alienação, ignorância,pois a ignorância não nos traz tanta responsabilidade e peso na consciência que o conhecimento traz. Já somos diferentes em partes, na roupa, no se assumir algo em que a sociedade acha bizarro. Mas, seremos iguais ao senso-comum se não optarmos nos destacar deles em outros sentidos. Não vamos mudar o mundo, mas podemos melhorá-lo. Não vamos mudar o mundo, mas fazer o nosso corre no dia-a-dia, já é uma grande mudança, pois não existe mais esse tipo de coisa. E as subculturas, por sua vez, trazem na maioria das situações, jovens que estão se sentindo perturbados,incomodados com certos problemas a sua volta.
Não consigo ver pelo menos, alguém que se torne punk apenas por achar "bonito". Pois de certa forma, o punk é muito visto como "pessoas que estão cansadas dos problemas sociais". Talvez na cultura skinhead ainda haja isso, pessoas que apenas querem curtir "a moda". Mas há aqueles que têm a paixão pela cultura, que realmente sentem aquilo latejar no peito, independentemente de serem novos ou não. Se não quer envolver seu ponto de vista ideológico, não precisa, não há obrigação alguma, porém, ao se dizer trad, você já assume uma posição contra pessoas racistas, certo?
Então de certo modo, sempre haverá algo, um QUÊ a mais, que nos faça querer buscar algo diversificado do que nós vivenciamos no dia-a-dia.
O que falta é a verdadeira união e a verdadeira força de vontade. O que falta, é aceitarmos de braços abertos àqueles que são novos no rolê e mostrar o que é realmente nossas subculturas, mostrar uma realidade que ficou às traças, graças aos carecas e alguns "anarcopunks sectários", que deturpam street punks e skinheads.
Respeitar a opção de cada um em envolver seu ponto de vista ideológico ou não, mas mostrá-lo que ser em cima do muro não é o que buscamos. Que somos todos ANTIFASCISTAS e que batemos muito nessa tecla e é a única exigência a ser seguida! Não digo que é necessário sair por aí protestando e coisa e tal. O que eu me refiro quando digo ANTIFASCISTA, é não tolerar ter amizade com pessoas que têm todas as características das escórias que sempre queimaram nosso rolê. É não ser em cima do muro, e ser intolerante com os fachos.

Esse é um grande passo para melhorar nossas subculturas, que nos amparam e nos dão amigos nos quais compartilhamos os mesmos gostos e paixões. Não podemos desistir, não podemos deixá-las irem por água abaixo, por causa de uns e outros. Se nós corremos pelo certo, nós que temos que tomar a frente e não entregar aquilo que somos para pessoas que não sentem na veia o espírito punk ou o espírito skinhead.
E a nossa luta é essa. A de te indagar, de te fazer pensar: "Eu tenho capacidade de mudar isso, todos nós temos!". E não quero que isso soe de maneira romântica, mas sim com ativismo, pois, cada um fazendo sua parte, é uma grande mudança.

Para eles, o estorvo. Pois pensamos, pois nos questionamos, pois somos àqueles que o sistema repudia ao nos ouvir falar, ao ouvir o estrondo de nossas canções nas músicas.
Para nós, a esperança. A esperança que todos os jovens sem futuro possam quem sabe um dia, serem unidos e consquistarem juntos aquilo que lhes é de direito. E o melhor: Combater o mal que nos oprime.

SAUDAÇÕES ANTIFASCISTAS!


Tatá

3 comentários:

Kika disse...

Amei o texto Tatá! Acho que tudo tem os dois lados da história, o lado se estorvo e o de amparo, sempre existem as diversas realidades sobre os fatos.

Unknown disse...

Oi Tatá!
Aqui é a Tali do RASH...
achei o teu texto muito sincero!
Mostra que você reflete até sobre o porquê do rolê! Isso é raro.!
Queria trocar uam idéia melhor com vc!
me add no msn
talita0511@hotmail.com
Um bjo!
juntas na luta antifascista!

Byrd disse...

Oi Tali, valeu por ter lido o texto e valeu também pelos elogios! :)
Já te adicionei no msn!

Saudações antifascistas!